Coisas para Fazer na Puglia: Itinerário de 4 Dias

Dizem que a Itália tem forma de bota. Mas sejamos honestos: é o salto que rouba o protagonismo. E no salto da Itália, encontras a Puglia.

Esta é uma região banhada pelo sol, onde olivais antigos se estendem mais longe do que o sinal de Wi-Fi, onde as cidades caiadas brilham como pérolas e os mares Adriático e Jónico revezam-se a exibir os seus tons de azul. Esquece as multidões de Roma ou Florença. Esta é a Itália para onde os italianos fogem em segredo quando querem aproveitar o bom da vida sem filas.

A Puglia mostra o seu melhor salto com orgulho. Esta é a parte de Itália que deixa os clichés para trás e desfila com confiança. A costa? Está sempre a fazer ondas. As vilas? Brancas e impecáveis, como se tivessem acabado de sair do melhor traje de domingo. E a comida? Digamos apenas que é massa provável que seja a melhor que alguma vez provarás, acompanhada de vinhos que são verdadeiras uvas de expectativas realizadas. Até o pão aqui tem estatuto — isto é que é saber amassar a fama.

Mas não confundas o ambiente descontraído da região com falta de luxo. A Puglia sabe mimar. Entre as históricas masserie (quintas fortificadas), as costas dramáticas e as praças banhadas de sol, a região é chique sem esforço, sem nunca parecer que está a tentar.

Por isso, se estás pronto para trocar praças cheias de turistas por grutas à beira de penhascos, ruínas romanas e pores do sol que fariam um poeta chorar, estás no sítio certo. Preparámos um itinerário de 4 dias de alto nível que reúne o melhor da Puglia num fluxo deliciosamente suave.



Dia 1

Manhã: Basílica de São Nicolau

Não vamos começar devagar — vamos direto aos pesos pesados. A Basílica di San Nicola, em Bari, é uma gigante da fé, da política e da lenda. Construída no século XI para guardar as relíquias de São Nicolau (sim, esse mesmo Nicolau — o Pai Natal antes da Coca-Cola lhe dar um “makeover”), é o tipo de lugar que faz peregrinos e amantes de história suspirar. Imagina pedra românica, criptas abobadadas e um passado com mais drama do que um grupo de WhatsApp da família.

Agora, falemos de luxo. Esquece os grupos apressados e entra numa experiência privada e personalizada. Alguns guias exclusivos abrem cantos escondidos da basílica: capelas silenciosas, detalhes artísticos que nunca repararias sozinho e histórias sussurradas nas ruas de Bari há séculos. Visitas com acesso antecipado? Absolutamente. Entrar antes das multidões é quase um milagre por si só.



Bari Vecchia

Ao sair da Basílica di San Nicola, em menos de dois minutos entras noutro universo: Bari Vecchia. Esta é a cidade antiga que usa a sua história como um crachá de honra.

As ruas são um labirinto de becos tão estreitos que nos perguntamos se os urbanistas medievais eram pagos ao centímetro. Mas há magia neste aperto: cada esquina explode de carácter, desde pequenos altares desbotados pelo sol até avós a enrolar orecchiette como se fosse uma modalidade olímpica.

Aqui está o segredo: Bari Vecchia não tenta encantar-te — desafia-te a acompanhar o ritmo. É barulhenta, vibrante, um pouco caótica e é precisamente por isso que é inesquecível. As velhas paredes de pedra ecoam séculos de histórias, enquanto as varandas acima continuam vivas com mexericos, plantas e roupa a secar que esvoaça como alta-costura local. É história viva sem filtros.



Tarde: Castello Svevo

A partir dos becos sinuosos de Bari Vecchia, bastam cinco minutos a pé até as ruas darem lugar a pedra… em grande escala. Construído no século XII por reis normandos e mais tarde renovado por Frederico II, o Castello Svevo é o tipo de fortaleza que já teve mais regressos do que uma popstar em digressão de despedida.

Entra e encontrarás pátios amplos, corredores em arco e ecos de jogos de poder que moldaram o sul de Itália. É o equivalente arquitetónico de um fato de luxo: sólido, imponente e feito para impressionar.



Polignano a Mare

A cerca de 30 minutos de carro pela costa desde Bari, a paisagem muda de muralhas fortificadas para falésias que praticamente mergulham no Adriático.

Polignano a Mare é de tirar o fôlego. Aquele tipo de vila que te faz pensar se o mar esculpiu as rochas só para a enquadrar na perfeição. É dramática, deslumbrante e, sim, adora exibir-se. Claro que Polignano não faz o banal. Viajantes de luxo podem optar por passeios de barco privados que deslizam por baixo das grutas marinhas, transformando a costa no seu cenário pessoal. Ou ir mais além: experiências exclusivas na lendária Grotta Palazzese, uma gruta calcária que serve refeições de alta gastronomia desde o século XVIII.



Lama Monachile

Do coração de Polignano a Mare, bastam alguns minutos a pé até os becos se abrirem e te deixarem numa das enseadas mais fotografadas de toda a Itália: Lama Monachile. Encaixada entre duas falésias dramáticas e emoldurada por uma ponte romana, esta não é uma praia qualquer.

Aqui, podes escolher o teu estilo de indulgência. Os aventureiros podem fazer um passeio de barco privado diretamente para dentro das grutas sob as falésias. Há câmaras escondidas onde a luz do sol se infiltra pelas fendas da rocha, iluminando a água turquesa como se estivesse a fazer audições para um papel principal. Para algo mais tranquilo, pode ser organizada uma experiência de luxo à beira-mar, com espreguiçadeiras reservadas em terraços exclusivos que transformam a enseada no teu camarote privado.



Noite: Monumento a Domenico Modugno

A três minutos de Lama Monachile, e de repente o Adriático ganha companhia: um homem congelado em pleno refrão, braços abertos como quem diz: «Benvenuti, o palco é vosso». Esse homem é Domenico Modugno — ou pelo menos o seu alter ego em bronze em tamanho gigante. Sim, o herói local que ofereceu ao mundo “Volare” tem lugar na primeira fila das falésias de Polignano a Mare e, sinceramente, é o encore mais perfeito que poderias imaginar.

E aqui está o detalhe: esta não é daquelas estátuas que olhas, acenas com a cabeça e segues caminho. Modugno puxa-te para perto. Há algo contagiante na forma como os seus braços abertos espelham o mar aberto. É como se te desafiasse a abrir também os teus braços, soltar uma nota ou duas e reclamar os teus quinze segundos de fama adriática. E devias fazê-lo. Porque se há um lugar onde o dramatismo não só é permitido como celebrado, é aqui.



Grotta Palazzese

A partir da estátua de Modugno, uma caminhada tranquila de 10 minutos pelas vielas sinuosas de Polignano leva-te a um lugar que parece menos um restaurante e mais um cenário de cinema. A Grotta Palazzese deslumbra visitantes desde o século XVIII, quando nobres europeus começaram a jantar aqui, dentro de uma gruta natural escavada nas falésias. E sejamos claros: isto não é apenas jantar com vista, é jantar na vista.

As ondas rebentam lá em baixo, as paredes de calcário brilham com luz quente e o horizonte do Adriático estende-se à frente como uma pintura que se recusa a terminar. A acústica? Sublime. Tanto que, há séculos, banquetes e bailes eram realizados aqui, com o mar como banda sonora perfeita. Hoje, continua a ser um dos espaços gastronómicos mais famosos do mundo, onde a exclusividade não é apenas sugerida — está esculpida na rocha.



Dia 1 - Mapa do Roteiro pela Puglia


Dia 2

Manhã: Trulli e Puglia di Alberobello

O segundo dia começa em grande – ou melhor, em cúpula. Bem-vindo a Alberobello, onde os telhados parecem desenhados por arquitetos de contos de fadas a fazer horas extra como pedreiros. Os Trulli, essas casas de calcário caiadas com telhados cónicos, não são apenas oportunidades fotográficas caricatas. São prova, protegida pela UNESCO, de que a Puglia sempre esteve à frente do seu tempo… ou, neste caso, do cone.

Passear por Alberobello é como entrar numa aldeia saída de um livro pop-up, só que aqui há wine bars escondidos em habitações do século XV e lojas de artesanato que vendem desde azeite a cerâmica feita à mão. Cada Trullo guarda o seu próprio segredo. Símbolos pintados nos telhados, lendas locais sussurradas pelas vielas e, de vez em quando, um terraço com vista que te faz questionar se os postais ainda são necessários.

E se queres viver Alberobello em grande estilo, há muitas formas de elevar o encanto ao máximo. Ao longo de uma visita privada de 3 horas, vais percorrer os bairros históricos onde cada Trullo tem a sua história. Espreita lá dentro para ver como os locais viviam sob estas criações cónicas. E até entrarás numa igreja construída inteiramente dentro de um Trullo — prova de que Alberobello não se ficou por tornar casas icónicas; também transformou a fé em arquitetura.



Locorotondo

A apenas 15 minutos de Alberobello, Locorotondo é frequentemente combinada com os Trulli nos passeios guiados e, honestamente, é o par perfeito. Se Alberobello é tudo sobre cones divertidos e charme peculiar, Locorotondo é a sua versão chique e minimalista. Esta cidade no topo de uma colina faz jus ao nome (“lugar redondo”) com um centro histórico que se enrola em curvas suaves, casas caiadas e varandas floridas que brilham como joias ao sol da Puglia.

É o tipo de lugar que te faz abrandar. Sem monumentos grandiosos a pedir atenção, sem praças lotadas a empurrar-te para seguir em frente.



Tarde: Martina Franca

De Locorotondo, bastam 10 minutos de carro até Martina Franca e, de repente, o ambiente muda da simplicidade caiada para drama barroco total. O centro histórico é um labirinto de palácios barrocos, igrejas ornamentadas e praças majestosas que parecem feitas para impressionar.

E se procuras luxo, Martina Franca tem muito para oferecer: visitas privadas que revelam a história aristocrática da cidade, acesso exclusivo a pátios escondidos de palácios nobres e até excursões personalizadas que terminam com um aperitivo numa praça histórica enquanto o sol da tarde dourava as fachadas.



Basilica di San Martino

Bem no coração do centro histórico de Martina Franca, a Basilica di San Martino é impossível de ignorar. Isto é o Barroco no seu auge — uma igreja que não se limita a estar na praça, ela desfila. A fachada por si só é uma obra-prima: entalhes elaborados e estátuas de santos.

Lá dentro, o espetáculo continua. Altares dourados, frescos detalhados e uma atmosfera que te faz abrandar instintivamente, mesmo que não sejas do tipo que “pára para admirar tetos”. E embora muitas igrejas em Itália se confundam na memória, esta não. A dedicação a São Martinho de Tours, o padroeiro da cidade, está por toda a parte. Especialmente na famosa escultura em que ele partilha o seu manto com um mendigo — um gesto que continua tão generoso hoje como há séculos.

Para quem procura uma experiência de luxo, guias privados podem revelar os recantos mais tranquilos da basílica, incluindo capelas que a maioria dos visitantes nem vê ou histórias escondidas nas obras de arte que dão contexto ao drama das paredes. Alguns tours exclusivos combinam ainda a basílica com visitas especiais aos palácios nobres de Martina Franca.



Piazza Plebiscito

Depois do drama da Basilica di San Martino, é só dar uns passos para fora e deixar o palco expandir-se para a Piazza Plebiscito. Esta é a sala de estar da cidade, emoldurada por palácios, arcadas e séculos de histórias.

Esta praça é onde Martina Franca desabotoa o colarinho. Para os locais, é perfeita para passeios ao fim do dia, conversas que saltam de mesa em mesa e músicos que às vezes adicionam uma banda sonora que parece totalmente espontânea. E para ti? É a chance ideal de sentar, apreciar tudo e perceber que estás no coração da elegância pugliese.



Noite: Ostuni

De Martina Franca, é uma viagem de 30 minutos que parece entrar diretamente num sonho. Ostuni, apelidada de La Città Bianca (A Cidade Branca), ergue-se no topo de uma colina, brilhando ao entardecer, com o seu labirinto de casas caiadas a capturar os últimos raios de sol como um holofote.

Chegar aqui ao entardecer não é por acaso. É quando Ostuni realmente brilha — literalmente. À medida que o céu passa do rosa ao índigo, as paredes brancas parecem cintilar e toda a cidade ganha um brilho prateado antes mesmo da lua aparecer. Perder-se no labirinto de ruas empedradas é metade da diversão: arcos por cima, vielas estreitas que levam a praças inesperadas e miradouros que de repente revelam panoramas intermináveis de olivais a descer até ao Adriático.



Duomo di Santa Maria Assunta

Para terminar a noite em Ostuni, vais sentir-te atraído para cima através das ruas sinuosas até tudo convergir num grande final: a Catedral de Santa Maria Assunta.

Esta catedral impressiona logo pela fachada. Uma rosácea tão intrincada que parece renda esculpida em pedra, rodeada de detalhes que mudam com a luz do entardecer. Também podes subir ao terraço. De repente, a cidade e o campo abrem-se a teus pés. Daqui, a vista estende-se por olivais infinitos até ao Adriático, que muitas vezes brilha como se tivesse sido colocado ali só para efeito. Terminar o Dia 2 na Catedral de Santa Maria Assunta é como um crescendo perfeito: uma mistura de arquitetura sagrada, panoramas amplos e aquele toque teatral que te faz perceber porque a Puglia nunca faz nada pela metade.



Dia 2 - Mapa do Roteiro pela Puglia


Dia 3

Manhã: Lecce

O Dia 3 começa em Lecce. Enquanto outras cidades da Puglia se contentam com paredes caiadas e charme rústico, Lecce é puro drama. Imagina calcário dourado a brilhar ao sol da manhã, fachadas tão ornamentadas que parecem ganhar vida e ruas com uma energia que mistura elegância e vibração urbana.

Aqui, a pedra não é apenas pedra; foi esculpida, moldada e trabalhada em detalhes que te fazem parar a cada passo. Rapidamente perceberás porque ganhou o apelido de “Florença do Sul”, mas, honestamente, Lecce merece um capítulo só para si, sem comparações.



Piazza del Duomo

Depois de Lecce te envolver no seu abraço dourado, está na hora de seguir diretamente para a Piazza del Duomo. Esta pode muito bem ser uma das praças mais impressionantes de toda a Itália. Chegar aqui é como entrar num pátio secreto — a entrada é tão discreta que quase não esperas o que te espera do outro lado.

Ao contrário das praças movimentadas que vês noutras cidades, esta tem um ambiente sereno, quase monástico. É um cenário teatral com pesos pesados da arquitetura: a catedral, o palácio episcopal, o seminário e aquela esguia torre sineira que se ergue como uma taça de champanhe. Cada edifício exibe a sua própria versão do estilo de Lecce. São ornamentados, dourados em calcário e cheios de personalidade.



Basílica da Santa Cruz

A Basilica di Santa Croce é o que acontece quando os arquitetos decidem que a subtileza está sobrevalorizada.

Basta olhar para a fachada e percebes que eles queriam impressionar. Imagina leões de pedra a guardar a entrada, querubins nas suas melhores poses e videiras a enrolar-se como se tivessem bebido demasiados expressos. É parte arte, parte fantasia e totalmente desavergonhada na forma como capta o teu olhar. Lá dentro, o espetáculo continua: tetos abobadados que se elevam, altares que brilham e luz que entra como se fosse teatro. É a arquitetura barroca no seu auge.

Para quem procura luxo, esta é a altura de elevar a experiência. Um guia privado pode revelar as camadas de simbolismo da basílica, mostrando histórias e detalhes que a maioria dos visitantes nem nota.



Anfiteatro Romano de Lecce

Dos entalhes exuberantes da Basilica di Santa Croce, são apenas cinco minutos a pé pelas ruas douradas de Lecce até chegares ao Anfiteatro Romano. Localizado bem no centro da Piazza Sant’Oronzo, esta maravilha do século II não está escondida num sítio remoto — está entrelaçada com o ritmo diário da cidade.

Aqui, o passado não está escondido num campo distante. Está mesmo no coração da praça, fundido com o pulsar da vida quotidiana. Pessoas tomam café e fazem compras ao nível da rua enquanto, abaixo, repousa um fragmento da grandeza romana que já acolheu mais de 20.000 espectadores. Gladiadores, animais selvagens, multidões em êxtase. Isto era a “Netflix” antes da Netflix.

Para uma experiência verdadeiramente imersiva, podes juntar-te a uma visita guiada que começa na Porta Napoli, o arco do século XVI construído para Carlos V, depois segue por palácios barrocos, a serena Piazza del Duomo e entra no coração romano de Lecce na Piazza Sant’Oronzo, com o anfiteatro e a coluna de Sant’Oronzo como grandes destaques. O percurso termina na deslumbrante Basilica di Santa Croce, unindo a força romana e o esplendor barroco numa narrativa perfeita.



Museo del Teatro Romano

Mesmo ao lado do Teatro Romano está o seu par perfeito, o Museo del Teatro Romano. Pensa nele como o passe de bastidores do espetáculo. Enquanto o teatro lá fora te mostra o palco, o museu entrega-te os adereços, os figurinos e o elenco que lhe deram vida.

Lá dentro, encontras estátuas, frisos, máscaras teatrais e fragmentos decorativos descobertos durante escavações. Cada peça é como um puzzle que te reconecta à cultura da Lecce romana. Ao caminhar, começas a imaginar os atores que usaram essas máscaras ou o público que admirava as figuras esculpidas agora em exposição silenciosa. Para um toque de luxo, visitas guiadas com especialistas podem descodificar simbolismos e contar histórias que ligam os artefactos diretamente às atuações de antigamente.



Museo Faggiano

Se as fachadas barrocas e as ruínas romanas de Lecce já te impressionaram, espera até entrares no Museo Faggiano. Porque este nem sequer devia existir. Imagina uma família que, em 2001, só queria arranjar um cano com fuga. Em vez disso, encontrou um mundo enterrado: passagens subterrâneas, cisternas, frescos, túmulos e camadas de história empilhadas como uma lasanha debaixo do chão.

Hoje, essa mesma casa foi transformada no Museo Faggiano, um museu privado que parece mais viagem no tempo do que visita turística. Aqui, não vês apenas a história — desces por ela. Cada nível revela um capítulo diferente: túmulos messápios anteriores aos romanos, criptas medievais e símbolos dos Templários gravados em pedra. O próprio edifício torna-se a exposição — uma sanduíche arqueológica de 2.500 anos.

É excêntrico, íntimo e profundamente humano. Não é um palácio construído por reis ou papas, mas uma casa de família comum que, por acaso, assentava sobre o passado enterrado de Lecce. Essa sensação de descoberta dá uma faísca extra à visita — parece que foste convidado a conhecer o segredo mais bem guardado da cidade.



Noite: Piazza Sant’Oronzo

Das profundezas escondidas do Museo Faggiano, é uma caminhada suave de cinco minutos até ao coração de Lecce: a Piazza Sant’Oronzo.

Aqui, o anfiteatro e a coluna de Sant’Oronzo observam uma praça cheia de cafés, artistas de rua e locais a terminar o dia. A energia é descontraída, mas magnética: sentes o pulsar da cidade sem teres de o procurar. A história em camadas da praça, das fundações romanas às fachadas barrocas, faz com que passear aqui seja como caminhar por um museu vivo. E para quem procura uma experiência mais exclusiva, visitas guiadas noturnas incluem histórias de patronos, santos e recantos secretos escondidos nas ruas vizinhas.



Dia 3 - Mapa do Roteiro pela Puglia


Dia 4

Manhã: Otranto

É aqui que o Adriático brilha como se quisesse ser o centro das atenções. Otranto é uma cidade com um ritmo muito próprio: muralhas fortificadas, ruas banhadas de sol e um porto que pulsa com história e charme moderno ao mesmo tempo. Cada esquina revela um cenário de casas caiadas, telhados de terracota e lojas de artesãos.



Catedral de Otranto

A poucos passos do porto, encontra-se a Catedral de Otranto, uma obra-prima que impõe respeito sem precisar levantar a voz. A fachada pode parecer discreta comparada ao exuberante barroco de Lecce, mas basta entrar para sentir o impacto silencioso da arte e da história. A verdadeira estrela aqui é o chão em mosaico, uma obra monumental do século XII que representa a Árvore da Vida, cenas bíblicas, criaturas míticas e padrões geométricos intrincados. A catedral também tem um terraço com vistas panorâmicas sobre os telhados vermelhos de Otranto, as muralhas fortificadas e o Adriático cintilante ao fundo.



Castelo Aragonês

Da catedral, são apenas cinco minutos a pé pelas ruas aquecidas pelo sol até chegares ao Castelo Aragonês. Este é o sentinela imponente da cidade, que tem guardado o Adriático durante séculos.

O castelo é uma fortaleza e um contador de histórias ao mesmo tempo. Ao caminhar pelas muralhas, vês o porto lá em baixo, os telhados de terracota espalhados e o Adriático a perder de vista. No interior, salas e pátios revelam séculos de arquitetura defensiva, canhões e ameias que sussurram histórias de cercos, piratas e intrigas costeiras.

Embora as muralhas e torres impressionem por si só, a verdadeira profundidade vem com uma visita guiada, que transforma uma simples visita numa viagem histórica em camadas. Os guias levam-te pelos túneis subterrâneos do castelo, normalmente fechados ao público, mostrando estruturas defensivas que outrora protegeram a cidade de invasores. Também explorarás exposições e mostras permanentes sobre a história de Otranto, descobertas arqueológicas e até uma homenagem fotográfica a Frida Kahlo.



Tarde: Grotta della Poesia

Da elegância fortificada de Otranto, segue-se cerca de 50 minutos de carro pela costa do Salento até chegares à Grotta della Poesia. Esta é uma das maravilhas naturais mais encantadoras da Puglia.

A gruta é emoldurada por falésias de calcário que parecem esculpidas pelos próprios deuses mediterrânicos. Sobe às varandas naturais e a piscina de água azul-turquesa lá em baixo convida-te como um cenário secreto de aventura. Diz a lenda que os poetas vinham buscar inspiração aqui — talvez seja por isso que a água parece vibrar com criatividade e calma ao mesmo tempo.

Para um toque de luxo, guias privados podem levar-te a miradouros menos conhecidos ao redor das falésias, e algumas experiências exclusivas incluem mergulhos com acesso antecipado ou tardes tranquilas em que a gruta é só tua.



Santa Maria di Leuca

Das águas cintilantes da Grotta della Poesia, é cerca de uma hora de carro rumo sul até Santa Maria di Leuca, a ponta do “salto” de Itália, onde os mares Adriático e Jónico se encontram num abraço espetacular. É aqui que a costa faz o seu grande final.

Santa Maria di Leuca é uma sinfonia visual. O farol ergue-se como um guardião, guiando os marinheiros e oferecendo-te o ponto perfeito para admirar as águas turquesa abaixo. Sobe ao terraço e vais sentir o drama, a história e o romance da costa em igual medida.



Gallipoli

De Santa Maria di Leuca, segue-se cerca de uma hora de carro para noroeste ao longo da costa jónica até Gallipoli, uma cidade histórica que brilha dourada ao sol do fim da tarde. Assente parcialmente numa ilha e ligada ao continente por uma ponte, o centro histórico de Gallipoli é um labirinto de ruas estreitas, igrejas barrocas e praças animadas que ganham vida ao cair do dia.



Castello Angioino

Das ruas vibrantes do centro histórico de Gallipoli, é apenas uma curta caminhada até ao Castelo Angioino, a fortaleza medieval da cidade que se ergue como um guardião de pedra sobre o Jónico. Construído no século XIII e reforçado mais tarde sob influência aragonesa, este castelo já viu cercos, piratas e o vai e vem da história costeira. Ainda assim, continua a parecer majestoso sem esforço.

Ao caminhar pelas muralhas, podes admirar o porto a brilhar ao entardecer, as ruas estreitas lá em baixo e o Adriático a estender-se até ao horizonte. Lá dentro, as salas e pátios convidam à exploração, oferecendo vislumbres da vida medieval, da arquitetura defensiva e da importância estratégica de Gallipoli ao longo dos séculos.



Noite: Spiaggia della Purità

Das imponentes alturas do Castello Angioino, basta uma curta caminhada para chegar à Spiaggia della Purità, a encantadora praia urbana de Gallipoli. Aqui, o embalo rítmico das ondas do mar Jónico cria o contraponto perfeito para um dia repleto de história, arquitetura e paisagens costeiras.

As areias douradas e as águas cristalinas tornam este o lugar ideal para relaxar ao pôr do sol, enquanto o centro histórico atrás de ti brilha em tons quentes de ocre e terracota. Esta praia não é sobre multidões ou agitação comercial; é sobre absorver a atmosfera, sentir a brisa suave do mar e deixar o Adriático sussurrar um discreto «arrivederci» à tua viagem pela Puglia.

E se apetecer um toque de indulgência, um passeio privado ao entardecer pela linha costeira ou lugares reservados em terraços com vista para o mar dão uma camada extra de luxo, permitindo-te desfrutar do charme costeiro de Gallipoli com estilo. À medida que o dia se transforma em noite, a Spiaggia della Purità oferece a pontuação poética perfeita para quatro dias de exploração.



Dia 4 - Mapa do Roteiro pela Puglia


Outras Coisas para Fazer na Puglia

Vamos ser sinceros: quatro dias na Puglia são suficientes para te fazer suspirar… mas estão longe de esgotar os seus encantos. Esta é uma região que não só te mostra o melhor — ela mima-te sem piedade. Por isso, se ainda tens apetite por experiências de alto nível (e talvez algum motivo para te gabar quando voltares para casa), aqui tens mais lugares na Puglia que merecem entrar no teu calendário:

  • Grotte di Castellana: As catedrais subterrâneas de calcário da Puglia parecem saídas de um romance de fantasia. Este sistema de grutas kársticas estende-se por mais de 3 quilómetros, com estalactites, estalagmites e cavernas com nomes como “a Cova” e a “Gruta Branca”. Parece a própria catedral da Mãe Natureza. Vai além dos percursos públicos com um guia especialista que te mostrará cavernas que a maioria dos visitantes nunca vê.


  • Isole Tremiti: Estas pequenas ilhas no Adriático são o segredo mais bem guardado da Puglia. Imagina águas turquesa, falésias dramáticas e ruínas romanas. Experiência de luxo? Um passeio de barco privado com paragens para snorkeling e um banquete de marisco preparado a bordo. O paraíso não fica muito mais exclusivo do que isto.


  • Castello Aragonese (Taranto): Apelidada de “Cidade dos Dois Mares”, Taranto equilibra modernidade urbana com um coração histórico. O Castelo Aragonês, construído no final do século XV, vigia o ponto onde dois mares se encontram. No interior, há salões grandiosos, torres e uma mistura curiosa de influências venezianas e espanholas. Depois, podes perder-te pelo centro histórico de Taranto, com as suas ruelas estreitas e igrejas barrocas.


  • Parco Archeologico di Egnazia: Um antigo assentamento messápico e romano que remonta ao século IV a.C., as ruínas de Egnazia espalham-se por necrópoles, anfiteatros e um fórum. Os mosaicos, em particular, são de tirar o fôlego. Enquanto a maioria dos visitantes vagueia sem rumo, a versão de luxo é uma visita arqueológica guiada por um especialista.


  • Santa Cesarea Terme: Empoleirada em falésias com vista para o Adriático, esta vila termal do século XIX é conhecida pelas suas grutas termais e villas de estilo mourisco. É bem-estar com vista. As experiências exclusivas incluem pacotes de spa privados em villas históricas, com massagens, banhos de lama e terraços onde podes saborear chá de ervas enquanto as ondas batem lá em baixo.


  • Parco Naturale Regionale di Porto Selvaggio: Esta reserva costeira é pura beleza intocada. Florestas de pinheiros dão lugar a falésias que mergulham em águas azul-cobalto, enquanto baías escondidas imploram por um mergulho. Os aventureiros podem fazer kayak ao longo da costa ou caminhar por trilhos panorâmicos, mas para indulgência? Imagina passeios de kayak guiados privadamente que terminam com um piquenique de luxo ao pôr do sol.



Excursões de um dia a partir da Puglia

Vamos falar de geografia antes do glamour: a Puglia fica a cerca de 500–600 quilómetros (6–7 horas de comboio) de Roma e a cerca de 850 quilómetros (mais de 8 horas) de Verona. Sim, o “salto da bota italiana” fica um pouco afastado das grandes estrelas do norte. Mas aqui está a recompensa: quando chegas à Puglia, estás num dos pontos mais estratégicos de Itália para fazer excursões rápidas e inesquecíveis.

  • Matera: Matera é o tipo de lugar que te faz parar a meio de uma frase. A apenas uma hora de Bari, este Património Mundial da UNESCO parece a resposta histórica ao Airbnb, com habitações rupestres de 9.000 anos — algumas delas agora transformadas em hotéis boutique e restaurantes de fine dining. Para viajantes exigentes, a melhor opção é um tour privado pelas grutas que termina com um aperitivo debaixo da terra.


  • Castel del Monte: A cerca de uma hora e meia de Bari ergue-se o Castel del Monte, a lição de geometria em pedra do imperador Frederico II. Perfeitamente octogonal, perfeitamente misterioso e perfeitamente situado no topo de uma colina, esta fortaleza classificada pela UNESCO é o tipo de lugar que gera teorias: terá sido um pavilhão de caça? Um observatório? Uma escape room medieval? Vais ouvi-las todas.


  • Península do Gargano: Duas horas a norte de Bari, o chamado “esporão” da Puglia é onde a bota de Itália mostra os músculos. A Península do Gargano é selvagem no melhor sentido: falésias dramáticas, praias de seixos e a luxuriante Foresta Umbra, uma floresta de faias reconhecida pela UNESCO que parece a natureza em alta definição. Imagina Capri, mas com menos multidões e muito mais personalidade. Enquanto estiveres por aqui, não percas Monte Sant’Angelo, um santuário de peregrinação no topo de uma colina coroado pelo Santuário de São Miguel (UNESCO), ou apanha um barco para as Ilhas Tremiti, um pequeno arquipélago de enseadas turquesa, grutas marinhas e água cristalina — o Mediterrâneo no seu estado mais puro.


  • A partir de Bari & Valle d’Itria: Fica em Bari ou nas aldeias da Valle d’Itria e estarás rodeado de alguns dos maiores tesouros da Puglia. Vai até Matera, a cidade rupestre da UNESCO que parece esculpida pelo tempo, ou maravilha-te com Castel del Monte, a misteriosa fortaleza octogonal de Frederico II. Na costa, Trani combina elegância e vistas marítimas com a sua catedral a erguer-se diretamente do mar, enquanto Monopoli encanta com o seu porto histórico e enseadas escondidas. No interior, Altamura é famosa pela sua catedral românica e pão DOP, e Gravina in Puglia surpreende com ravinas dramáticas e pontes de pedra dignas de cinema. Para a beleza clássica da Valle d’Itria, Cisternino oferece vistas panorâmicas e as famosas churrasqueiras de talho, enquanto Ceglie Messapica destaca-se como potência culinária com palácios nobres e cozinha tradicional inesquecível. Todas estão perto, mas cada uma parece um mundo à parte.


  • A partir de Lecce & Península de Salento: Fica em Lecce ou ao longo da costa do Salento e estarás rodeado de excursões que combinam praias, drama costeiro e beleza natural. Ruma a norte até às areias intocadas da Baia dei Turchi ou às falésias imponentes e águas turquesa de Torre dell’Orso, onde os famosos faraglioni “Duas Irmãs” se erguem do mar. Perto dali, Grotta Zinzulusa e Castro Marina revelam algumas das grutas marinhas e vistas sobre falésias mais espetaculares de Itália. Se procuras puro paraíso balnear, Pescoluse — muitas vezes chamada de “Maldivas do Salento” — oferece águas cristalinas e areia branca e fina. Para os amantes da natureza, as dunas protegidas e a costa selvagem de Torre Guaceto proporcionam uma escapadinha tranquila, enquanto os Lagos Alimini combinam lagoas costeiras com florestas de pinheiros para um ritmo mais sereno. Quer procures enseadas escondidas, falésias dramáticas ou natureza intocada, o Salento tem tudo… e sempre à distância de uma curta viagem.



Coisas para Fazer com Crianças na Puglia

Viajar com crianças pode parecer tentar controlar gatinhos com cafeína. Mas leva-as para a Puglia e, de repente, não és o único a ter de as entreter. Esta região não só tolera crianças — celebra-as! Desde grutas que funcionam como parques naturais até castelos onde finalmente podem viver as fantasias de cavaleiros e princesas, a Puglia domina a arte de manter os pequenos viajantes de olhos bem abertos e (quase sempre) sem birras. Vamos mergulhar em aventuras que farão os teus filhos dizer: “Melhores. Férias. De sempre.”

  • Parco Nazionale del Gargano: Se os teus filhos têm a energia de três expressos antes das 9h da manhã, a Península do Gargano é a solução. Trilhos pela floresta, falésias de calcário e praias que parecem parques aquáticos naturais — está tudo aqui. A Foresta Umbra, uma floresta de faias classificada pela UNESCO, é basicamente um enorme parque de diversões ao ar livre onde os mais pequenos podem libertar o Tarzan que há neles.


  • Zoosafari Fasanolandia: Imagina um safari sem as 12 horas de voo até África. No Zoosafari, as famílias podem conduzir através de habitats abertos onde leões, girafas e zebras desfilam com toda a calma. Junta-lhe montanhas-russas, escorregas de água e um espetáculo de golfinhos — e tens um sucesso instantâneo entre miúdos (e graúdos).


  • Grotte di Castellana: As crianças adoram grutas pelo mesmo motivo que adoram cabanas de cobertores: são escuras, misteriosas e cheias de “o que estará ali ao virar da esquina?”. As Grutas de Castellana não desiludem — com estalactites, estalagmites e câmaras subterrâneas que parecem a versão natural de um parque temático.


  • Museo del Giocattolo: No coração da terra dos trulli, este museu peculiar é um jackpot para crianças. Prateleiras cheias de bonecas vintage, comboios e brinquedos provam que a diversão existia muito antes das PlayStations. Os pais ganham uma dose de nostalgia, enquanto os filhos descobrem como era o “entretenimento” antes do Wi-Fi.


  • Aquapark Egnazia: Quando tudo o resto falha… escorregas de água salvam o dia. O Aquapark Egnazia é o maior parque aquático da Puglia, com rios lentos, zonas de salpicos e escorregas que vão cansar até a criança mais acelerada pelo açúcar.



Campos de Golfe na Puglia

Quando se pensa na Puglia, vêm à mente trulli, olivais, vinho e marisco tão fresco que quase conta a própria história. Mas deixa-me lançar uma bola curva — ou melhor, uma bola de golfe. A Puglia é também um dos destinos de golfe mais subestimados de Itália. Aqui, os fairways flertam com o Mar Adriático, os bunkers são emoldurados por oliveiras ancestrais e os resorts de luxo fazem do “19.º buraco” uma experiência digna de estrela Michelin.

  • San Domenico Golf: Comecemos com o peso pesado. San Domenico é um campo de campeonato, com 18 buracos e par 72, que se estende ao longo do Adriático. Vais dar tacadas junto a oliveiras, muros de pedra seca e até ruínas de uma cidade antiga. E se o teu drive não impressionar, a vista certamente impressiona. Bónus? Está ligado ao Borgo Egnazia, um resort de luxo tão elegante que até a Madonna já ficou lá. Pensa em dias de spa, gastronomia requintada e cocktails que sabem ainda melhor depois de um birdie.


  • Acaya Golf Club: Este é um verdadeiro encanto. Aninhado dentro de uma reserva natural protegida, os 18 buracos de Acaya serpenteiam por vegetação mediterrânica, ribeiros e lagos. Com um design cheio de variedade, vai manter-te alerta (e talvez no rough).


  • Barialto Golf Club: Barialto é elegância em relva. Com 18 buracos desenhados por Giorgio Ferraris e William W. Amick, está salpicado de cinco lagos, paisagismo exuberante e um bom nível de desafio. Os locais dizem que é aqui que a elite empresarial de Bari vem jogar, mas não te preocupes — os turistas também são bem-vindos. E como fica perto de Bari, podes combinar uma partida de golfe com um passeio noturno pelo centro histórico.



Hipódromos na Puglia

A Puglia pode ser conhecida pela gastronomia e cidades históricas, mas também sabe dar espetáculo quando se trata de potência — da versão de quatro patas. Aqui, os hipódromos não são apenas locais de corrida, são palcos sociais onde tradição, paixão e um toque de glamour se encontram sob o sol do sul.

  • Ippodromo Euroitalia: No sul, em Casarano, o Ippodromo Euroitalia é onde o charme do sul encontra potência a sério. A pista é uma beleza: 1.000 metros de areia perfeitamente cuidada onde trotadores e galopadores voam como se tivessem reserva para jantar. O que torna este lugar especial é que é mais do que um hipódromo — faz parte de um complexo de lazer com 50 hectares. As famílias aparecem nos dias abertos, os estábulos estão em destaque e a atmosfera muda de desportiva para festiva quando o sol se põe.
  • Ippodromo dei Sauri: Sobe até Foggia e encontrarás o Ippodromo dei Sauri, um lugar onde as bancadas rugem tão alto quanto os cascos na pista. As curvas e retas testam tanto cavalo como cavaleiro, enquanto câmaras e ecrãs gigantes mantêm todos colados a cada movimento. O momento alto? O Gran Premio Capitanata, quando o espaço se transforma num mini carnaval de velocidade, bancas de comida e entretenimento ao vivo.



Vinhas na Puglia

Esta região produz vinho desde os tempos em que gregos e romanos a chamavam de lar e, hoje, as suas vinhas estão entre as mais entusiasmantes de Itália. Aqui estão alguns dos melhores lugares onde podes rodopiar o copo, saborear… e talvez até cambalear um pouco (com responsabilidade, claro).

  • Terre di San Vito: Situada perto das falésias de Polignano a Mare, a Terre di San Vito oferece-te o dobro do prazer: prova de vinhos com vista para o Adriático. Conhecida pelos seus Primitivos encorpados e rosés elegantes, esta vinha é tanto sobre estilo de vida como sobre vinho. Reserva uma prova privada e vais acompanhar os copos com azeites e queijos locais.


  • Pastini: Esta vinha dedica-se a ressuscitar castas autóctones antigas como Verdeca e Susumaniello. O resultado? Vinhos que parecem cápsulas do tempo da região. Visitar este lugar significa caminhar entre fileiras de videiras sob o dourado sol do sul, terminando com uma prova num cenário que parece tirado de uma sessão fotográfica rústica e chique.


  • Cantine Due Palme: Se queres experimentar um consórcio com mais de mil pequenos produtores, segue para a Cantine Due Palme. Os seus vinhos já ganharam prémios internacionais e uma visita aqui termina idealmente com uma caixa enviada diretamente para tua casa (porque uma garrafa nunca chega).


  • L’Astore Masseria: Se gostas do teu vinho com um toque de drama arquitetónico, a L’Astore Masseria é o teu lugar. Instalada numa masseria (casa rural fortificada) do século XVI restaurada, esta propriedade permite-te provar vinhos enquanto passeias por históricas adegas subterrâneas escavadas na pedra.



Restaurantes com Estrela Michelin na Puglia

A Puglia faz da comida um espetáculo. Esta é uma região onde até a orecchiette de segunda-feira da nonna merecia um prémio, por isso, quando o Guia Michelin apareceu, era natural que aqui pousasse uma constelação de estrelas. Todos os restaurantes com estrela Michelin na região partilham uma qualidade tipicamente apuliana: fazem-te sentir mimado e em casa ao mesmo tempo. Pensa nisto menos como uma lista de restaurantes e mais como uma peregrinação gastronómica.

  • Primo Restaurant:  O Primo prova que o génio não espera pela idade. A Chef Solaika Marrocco ganhou a sua estrela antes dos 30 anos e continua a brilhar desde então. Os seus menus são uma carta de amor a Lecce: risottos de marisco com toques cítricos, gnocchi macios com amêndoas e ervas colhidas diretamente do sol de Salento. A sala abobadada parece quase sagrada.


  • Due Camini: Entrar no Due Camini é entrar na elegância com “E” maiúsculo. O Chef Domingo Schingaro pega em ingredientes mediterrâneos e transforma-os em poesia comestível. Situado dentro do resort ultra luxuoso Borgo Egnazia, este restaurante Michelin parece menos um jantar e mais uma atuação encenada ao detalhe, com serviço à luz de velas e azeite que merecia um clube de fãs.


  • Angelo Sabatelli: Angelo Sabatelli é o rebelde do grupo. Respeita a tradição pugliese, mas não se prende a ela, misturando notas asiáticas e sabores ousados em pratos clássicos. Espera orecchiette… mas talvez com um toque que te vai fazer repensar tudo sobre a massa. As suas sobremesas são lendárias e até a Michelin lhes deu destaque.


  • Porta di Basso: Empoleirado numa falésia em Gargano, o Porta di Basso é onde a gastronomia encontra o drama. Aqui, a vista faz parte do menu. O Chef Domenico Cilenti oferece duas experiências: uma enraizada na memória de Gargano e outra com menu “às cegas” que muda diariamente conforme o que a terra e o mar decidem oferecer. Pratos aparentemente simples que deixam os ingredientes brilhar.


  • Dissapore di Andrea Catalano: Nas ruas labirínticas de Carovigno, o Chef Andrea Catalano criou um espaço íntimo e ousado. O Dissapore é uma tela onde os sabores são pintados com ousadia instintiva. O menu de degustação, harmonizado com vinhos escolhidos a dedo, transforma o jantar numa narrativa — e cada prato é um capítulo que vais querer reler.


  • Pasha: História e alta cozinha dão as mãos no Pashà. Instalado num antigo seminário episcopal do século XVI, este restaurante gira em torno do contraste: arquitetura histórica e pratos vanguardistas. O Chef Antonio Zaccardi e a pasteleira Angelica Giannuzzi formam uma dupla poderosa, criando menus que equilibram reverência e inovação.


  • Casa Sgarra: A Casa Sgarra é a história de três irmãos que transformaram a tradição familiar em estrelato culinário. Os pratos celebram o orgulho local. O design é moderno, mas o coração é puro Puglia. Para a experiência suprema, senta-te para o menu de degustação ao pôr do sol, quando a luz das janelas faz cada prato brilhar.


  • Casamatta: Entre as vinhas da Masseria Li Veli, o Casamatta é onde comida e vinho partilham o palco em perfeita harmonia. O Chef Pietro Penna cria menus hiper sazonais e hiper locais. Cada prato encontra a alma gémea nos vinhos Li Veli — aqui, as harmonizações não são sugestão, são uma história de amor.


  • Quintessenza: O Quintessenza é sobre destilar a comida até à sua essência e deixá-la brilhar. Os irmãos Di Gennaro criam menus que honram a dupla alma da Puglia: a costa e o campo. Espera marisco cru do Adriático num momento e legumes reinventados no seguinte. A sala é moderna mas despretensiosa, provando que a sofisticação não precisa de artifícios.



Onde Comer na Puglia

A Puglia é o lugar ideal para viver a comida. Aqui, as refeições não se apressam — desenrolam-se devagar, como uma história contada pelo mar, pela terra e por séculos de tradição. Podes saborear marisco numa varanda banhada de sol, jantar dentro de uma gruta calcária esculpida pelo Adriático ou sentar-te à volta de uma mesa de quinta onde as receitas nunca mudaram. Seja alta gastronomia ou autenticidade rústica, estes restaurantes mostram como a Puglia transforma comida em emoção.

  • Ristorante Lido Bianco: Aqui, o marisco não sabe apenas fresco — sabe como se tivesse saltado do mar direto para o teu prato. O Lido Bianco, em Monopoli, fica mesmo sobre o Adriático, o que significa que cada mesa tem uma vista tão deslumbrante quanto a pesca do dia. Imagina pratos de peixe cru dignos de galerias de arte e massas sedosas beijadas por marisco.


  • Le Stanzie: Entrar no Le Stanzie é entrar na história. Esta quinta restaurada do século XV parece uma cápsula do tempo da Puglia rural, onde mesas compridas e paredes de pedra servem de cenário para receitas profundamente tradicionais. Espera orecchiette caseiras, legumes da horta assados até ficarem fumados e carnes grelhadas sobre chama viva, tudo servido em modo familiar.


  • Angelo Sabatelli Ristorante:  Isto é fine dining à moda da Puglia. O Chef Angelo Sabatelli reinventa ingredientes locais com uma visão contemporânea, transformando ouriço-do-mar, burrata e massa artesanal em obras de arte comestíveis. Com uma estrela Michelin, é o sítio certo para ver como a Puglia se reinventa sem perder as raízes.


  • L’Oca Fifi: O L’Oca Fifì, em Bari, é para quem quer ficar perto do ambiente vibrante da cidade sem abdicar da sofisticação. O menu é criativo e divertido, pega no conforto da cozinha italiana tradicional e dá-lhe um toque surpreendente. Dica: têm escolhas de massa muito interessantes.


  • Grotta Palazzese: Jantar na Grotta Palazzese é como estar num filme — literalmente, porque o restaurante fica dentro de uma gruta que se abre para o Adriático turquesa. O cenário já deixa qualquer um sem palavras, mas a comida acompanha a experiência. Pensa em sabores mediterrânicos elevados para um momento único na vida.


  • Taverna del Porto: Se queres comer onde os pescadores comem, vai à Taverna del Porto. Este restaurante é simplicidade feita com perfeição. Imagina uma mesa cheia de antipasti vindos diretamente do mar, seguida de pratos generosos de massa e peixe grelhado do dia.



Onde Beber na Puglia

De dia, a Puglia é feita de olivais, praças banhadas de sol e mares cor de turquesa. Mas quando o sol se põe e o ar arrefece, a região muda de ritmo. De repente, há copos a tilintar, música a sair de vielas de pedra e beach clubs que mantêm a festa até ao nascer do sol. Procuras um mojito forte o suficiente para aguentar uma noite de dança ou um copo de rum saboreado em boa companhia? A vida noturna da Puglia sabe acompanhar o ritmo dos seus dias.

  • La Casa del Mojito: Como o nome promete, esta é a casa dos mojitos. A Casa del Mojito é feita de ervas frescas, limas vibrantes e cocktails que sabem a verão engarrafado. É pequena, animada e daquele tipo de sítio onde entras para “só uma bebida” e acabas por ficar tempo suficiente para fazer amizade com metade do bar.


  • Quanto Basta: Na cena de bares de Lecce, o Quanto Basta é rei. Este bar de cocktails premiado leva a mixologia a sério — mas nunca demasiado a sério. É criativo, divertido e cheio de personalidade.


  • Calderisi Mare: Parte beach club, parte paraíso de cocktails, o Calderisi Mare é o lugar perfeito quando queres o teu spritz com uma brisa do mar ao lado. Relaxa de dia em espreguiçadeiras elegantes e, ao cair da noite, entra no modo aperitivo enquanto as luzes se acendem e a música começa.


  • Bagno Marino Archi: Na costa jónica, o Bagno Marino Archi é ao mesmo tempo zona de banho durante o dia e palco de festa durante a noite. Ao pôr do sol, a energia transforma-se num autêntico ambiente de discoteca ao ar livre, com DJs a comandar a dança à luz da lua. Pede uma bebida, descalça-te e deixa o ritmo fazer o resto. Vida de praia com pulso.



Cafés na Puglia

Se a comida é a forma como a Puglia fala à alma, o café é como inicia a conversa. Os habitantes reúnem-se, partilham histórias e o aroma dos grãos torrados parece coser vilas inteiras. Quer procures um cappuccino cremoso ao nascer do sol, um terraço à sombra para tardes preguiçosas ou um verdadeiro caffè leccese com gelo e leite de amêndoa, estes cafés provam que, na Puglia, o ritual do café é uma arte.

  • Alventuno: Elegante, moderno e cheio de energia, o Alventuno dá um toque contemporâneo às ruas históricas de Lecce. O café é intenso, os croissants são pura perfeição amanteigada e o público é uma mistura equilibrada de estudantes, criativos e locais que apreciam um bom espresso enquanto observam o movimento.


  • Ilios Café: O Ilios Café respira um estilo mediterrânico chique. Interiores banhados de sol, energia costeira descontraída e um menu que combina ótimo café com petiscos modernos e frescos. É o tipo de sítio onde o cappuccino da manhã se transforma facilmente num brunch sem pressa.


  • Caffe Cognetti: Se Bari tivesse um batimento cardíaco feito de cafeína, seria o Caffè Cognetti. Esta instituição é onde os locais entram para um espresso relâmpago ao balcão ou ficam na esplanada com um macchiato, a pôr a conversa em dia. E os doces? Tão irresistíveis quanto o café.


  • Cols: O Cols é sinónimo de estilo. Interiores minimalistas, café de especialidade preparado na perfeição e uma vibração urbana que faz lembrar Berlim mais do que a Lecce barroca. Atrai os jovens e elegantes da cidade — aqueles que debatem arte ou música entre goles de café de origem única.



Onde Ficar na Puglia

  • Borgo Egnazia (5 estrelas): Se o luxo tivesse código postal, seria o Borgo Egnazia. Este refúgio cinco estrelas em Savelletri di Fasano parece saído de um sonho — como uma aldeia antiga recriada, com pedra caiada e buganvílias a escalar cada canto. Já acolheu celebridades como Madonna e Justin Timberlake, mas nunca perde o seu calor humano. Entre o campo de golfe de campeonato, o spa indulgente e o beach club, vais ficar dividido entre relaxamento total e puro deleite.


  • Masseria Torre Coccaro (5 estrelas): Antiga quinta encontra luxo de cinco estrelas — essa é a magia da Masseria Torre Coccaro. Escondida entre olivais centenários, esta propriedade do século XVI oferece de tudo: desde um spa esculpido numa gruta até um beach club privado. É o tipo de estadia que alimenta o corpo e a alma.


  • Risorgimento Resort (5 estrelas): No coração barroco dourado de Lecce, o Risorgimento Resort é luxo urbano no seu melhor. Sais pela porta e estás num museu ao ar livre de fachadas esculpidas e piazzas encantadoras. Voltas a entrar e encontras interiores elegantes e um restaurante no rooftop onde as vistas são tão refinadas quanto os pratos.


  • Masseria Bagnara Resort & SPA (4 estrelas): Com vista para o Mar Jónico, a Masseria Bagnara transforma o charme rústico da Puglia em elegância moderna. Espera design minimalista, terraços banhados de sol e um spa onde os problemas simplesmente derretem. O destaque? Uma piscina de cortar a respiração que se funde com o horizonte.


  • Le Dune Suite Hotel (4 estrelas): Situado na faixa arenosa de Porto Cesareo, o Le Dune Suite Hotel leva-te tão perto do mar que quase dormes sobre as ondas. As suítes elegantes têm vista para a água, o beach club convida a relaxar com um spritz e o ambiente equilibra estilo contemporâneo com vibrações costeiras descontraídas.


  • Palazzo Calo (3 estrelas): Em Bari, o Palazzo Calò prova que três estrelas podem brilhar intensamente. Este boutique hotel combina habilmente charme histórico — paredes de pedra e tetos abobadados — com toques modernos de design. O terraço no rooftop é o favorito para aperitivos ao pôr do sol, com vistas que se estendem pelos telhados do centro histórico de Bari.



Melhor Época para Visitar a Puglia

Planear a viagem para a Puglia é como carregar no “play” da tua música favorita: queres o ritmo certo — nem demasiado rápido, nem demasiado lento.

O momento perfeito? Final da primavera (maio a junho) e início do outono (setembro a outubro). É quando o Adriático brilha sem multidões ombro a ombro, as praias estão quentes mas não escaldantes e os festivais gastronómicos estão ao rubro. Tens espaço para respirar, comer e explorar. Basicamente, a Puglia está no seu melhor, a mostrar-se… sem exageros.

O verão, por outro lado, é puro espetáculo. É a Puglia a subir o volume até ao máximo. Festas, fogo de artifício, praias cheias e noites tão longas que quase esqueces o que é dormir. É emocionante, mas também intenso — como ver uma temporada inteira da tua série preferida de uma só vez. No inverno, tudo muda. Os turistas desaparecem, as ruas abrandam e a região parece pertencer apenas a quem fica. É mais tranquila, acolhedora, autêntica. Ideal para viajantes que preferem uma Puglia que sussurra em vez de cantar.

Então, quando deves marcar a viagem? Maio, junho, setembro ou outubro. É quando a Puglia acerta o ritmo perfeito — acolhedora, equilibrada e pronta para te conquistar sem esforço.



Festivais na Puglia

  • Sacra Rappresentazione dei Maigi: Janeiro na Puglia não desaparece discretamente depois do Ano Novo. Explode em teatro bíblico com a Sacra Rappresentazione dei Magi. Terlizzi transforma-se num enorme palco ao ar livre onde os Três Reis Magos desfilam pela cidade com trajes, música e muito drama.


  • Il Carnevale di Putignano: Um dos carnavais mais antigos da Europa, o Il Carnevale di Putignano (a decorrer desde 1394!) enche-se de carros alegóricos em papier-mâché, máscaras e atuações de rua. Acontece entre janeiro e fevereiro — é basicamente a resposta italiana ao Mardi Gras.


  • La Festa di San Nicola: Todos os anos em maio, Bari honra o seu santo padroeiro, San Nicola, com um festival que mistura devoção e espetáculo. As relíquias do santo são levadas de barco pelo mar antes de chegarem a Bari, onde há fogo de artifício, concertos e bancas a servir panzerotti.


  • Buongiorno Ceramica!: Maio também traz o Buongiorno Ceramica!, uma celebração nacional da cerâmica que ganha vida especialmente em Grottaglie, a capital cerâmica da Puglia. As oficinas abrem as portas, os artesãos mostram o seu talento e, sim, podes até pôr as mãos no barro.


  • Locus Jazz Festival: Em julho e agosto, o jazz toma conta da cidade de telhados em trullo, Locorotondo. O Locus Jazz Festival traz nomes internacionais para concertos ao ar livre sob as estrelas. Junta um copo de Primitivo e tens a noite de verão mais elegante de sempre.


  • Mercatino del Gusto: Se a tua ideia de diversão é provar tudo o que está ao alcance, o Mercatino del Gusto em Maglie, todos os agostos, vai estragar-te da melhor forma. As ruas transformam-se em trilhos gourmet com queijos, pães, azeites, vinhos e doces locais.


  • Fiera di Sant’Oronzo: No final de agosto, Lecce ilumina-se com fogo de artifício, luzes e música em honra de Sant’Oronzo, o santo padroeiro da cidade. As praças barrocas brilham com iluminações deslumbrantes e o ambiente mistura tradição sagrada com festa total. Ficar num palácio histórico com varanda sobre a Piazza Sant’Oronzo? Nem precisas sair do quarto para fazer parte.


  • Festa te lu Mieru: Amantes de vinho, este é para vocês. Celebrado todos os setembros em Carpignano Salentino, a Festa te lu Mieru (Festival do Vinho) é uma celebração sem filtros do néctar vermelho da Puglia. Locais e viajantes reúnem-se na praça para beber, dançar e cantar em honra da colheita. Há comida rústica, música tradicional e jarras intermináveis de vinho.


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