Todos a bordo… do autocarro? Sim, querido. Nem comboio, nem teleférico, nem sequer um barco panorâmico. Estamos a falar da viagem mais irreverente da Suíça sobre rodas: o Palm Express. É amarelo, cheio de curvas e domina uma passagem alpina melhor do que uma cabra-montesa de saltos altos.
Nascido do génio suíço (e provavelmente de uma pitada de travessura), o Palm Express percorre a rota de St. Moritz a Lugano desde 1990. É como o “corte à mullet” das viagens: negócios à frente, com picos nevados e estâncias de esqui elegantes, e festa atrás, com palmeiras, gelato e a beleza serena das margens do lago.
E isto não é uma viagem de autocarro qualquer. Nada de crianças aos gritos, nada de karaoke duvidoso. É um PostBus suíço. Pontual ao minuto, com janelas panorâmicas que o fazem sentir-se dentro de um videoclipe. A paisagem é tão espetacular que foi oficialmente classificada como “rota panorâmica” pelos grandes nomes do turismo suíço — o que, basicamente, significa: “Nem pense em adormecer.”
Curiosidade: chama-se Palm Express, não porque o motorista distribua “high-fives” (embora não nos importássemos), mas porque o leva literalmente da neve às palmeiras. Uma viagem, dois climas e muito desnível. Sim, o Palm Express é um autocarro. Mas também é um símbolo. Uma road trip embrulhada na eficiência suíça e no charme ensolarado. Apanhe-o se puder: esqueça os carris, siga pela estrada e deixe a Suíça exibir-se um pouco.
Esqueça tudo o que pensava saber sobre viagens panorâmicas na Suíça. O Palm Express não anda sobre carris; segue pela estrada alta, aquela que faz pensar «como é que isto é sequer uma rota de autocarro?». Em apenas 130 quilómetros e cerca de 3,5 horas, o Palm Express liga a glamorosa estância alpina de St. Moritz à elegância soalheira de Lugano. Pelo caminho? Vai deslizar por curvas apertadas, descer o passo de Maloja como se estivesse numa cena de perseguição nas montanhas, acenar a Itália, flertar com o Lago de Como e acabar no pedaço mediterrânico da Suíça. É um dia de carimbos no passaporte e tudo o que teve de fazer foi entrar num autocarro.
A sua viagem começa nas alturas da alta sociedade de St. Moritz. Aqui, as botas de esqui ecoam sobre pisos de mármore, os flocos de neve brilham como flashes de paparazzi e até o ar parece ter conta bancária. Mas, enquanto a maioria dos viajantes permanece no luxo gelado, vai trocar tudo isso por uma viagem que se derrete em sol. Às 10:00 em ponto, o Palm Express parte da estação St. Moritz Bahnhof. E assim, num instante, deixa para trás o país das maravilhas de inverno.
Bem-vindo a Itália, passaporte, por favor! Chiavenna é a sua recompensa a meio da viagem. Uma encantadora cidade alpina com carisma de calçada e fachadas renascentistas que o fazem questionar se o autocarro não terá entrado por engano numa pintura. Não precisa de descer (a menos que esteja atrás de um gelato), mas as vistas, por si só, já merecem um mental “ciao bella”.
Próxima paragem: a elegante margem do Lago de Como. O Palm Express contorna Menaggio como se estivesse a exibir-se — e com razão. Esta é a perfeição italiana à beira-lago: villas, vinhas e tanto encanto cénico que poderia alimentar o enredo de uma comédia romântica. Um verdadeiro apanhado do melhor do norte de Itália. E tudo servido a partir do conforto do seu assento à janela.
Pelas 13h30, vai chegar a Lugano, onde o ambiente muda oficialmente para mediterrânico. Ficam para trás as botas de neve e os casacos de esqui. Aqui, reinam os óculos de sol, os expressos e o descanso à beira do lago. Chegou à estação Lugano Stazione Nord, pronto para um risotto, umas compras terapêuticas ou um passeio tranquilo debaixo das palmeiras.
O Palm Express não acredita em complicar demasiado. Começa em St. Moritz, termina em Lugano e tudo o que fica pelo meio é como um extra panorâmico. Por isso, quando se trata de escolher onde descansar, mantemos o foco. Estas são as duas únicas paragens oficiais na rota e, para ser sincero, são tudo o que precisa.